6 de julho de 2010

Mulheres fascinantes

Há vários tipos de mulheres que admiro profundamente por motivos diferentes. Há um desses tipos que me fascina.
Não têm doutoramentos, não têm profissões radicais, não são estrelas de cinema nem cantoras, não são cultas nem viajadas, falam apenas português.
São mulheres que não suscitam um segundo olhar excepto, talvez, para a caricatura.
Mas são mulheres que não obstante a sua iliteracia e os limites aos seus horizontes são verdadeiras matriarcas que tomam as rédeas de uma família inteira, dos filhos (seus ou não), dos irmãos, dos sobrinhos, dos netos, muitas vezes dos bisnetos e que se impõem pelo saber cuidar e pela presença constante em todos os momentos, muitas vezes austeras, algumas vezes carinhosas. Mulheres que sabem exactamente quando fazer crescer a sopa para levar também à vizinha mesmo que não lha peçam e sem ficar para ouvir agradecimentos.
Uma estirpe de mulheres em vias de extinção com um forte sentido de responsabilidade, solidariedade, honra e respeito que não adquiriram nos bancos da faculdade e com uma sabedoria que não se mede num teste de QI.