12 de dezembro de 2010

Resumo de uma noite

 Filipe Portugal aqui com Ana Lacerda (tirada na net porque no teatro logicamente não podia fotografar)


A minha ansiada soireé no S. Carlos foi deliciosa, apesar do Pinillos e da Ana Lacerda terem sido substituídos (ele ainda não está bem após a cirurgia ao menisco, e ela dançará apenas com ele no dia 17) não me senti minimamente defraudada. Acabei por ver a Alba Tapia, uma bailarina muito versátil e muito "fresca" nos petit allegros  e o Filipe Portugal que esteve muitíssimo bem, no papel de James que, quanto a mim lhe assentava como uma luva. Achei mesmo que, em comparação,  a prestação dele ofuscou por completo a dela, que sendo boa não teve o mesmo brilho nem chegou tanto ao público. Também gostaria de ter visto o Fernando Duarte mas fica para uma próxima. Ah e ainda vi a linda Mariana Horta, bailarina "sénior" da companhia que eu conheço, no papel de mãe.
La sylphide é um bailado em dois actos e relativamente pequeno isto porque a técnica de Bournonville (o coreógrafo original deste bailado) é muito exigente porque tem mais allegros (saltos e saltinhos) do que adagios e daí que haja um maior destaque para o bailarino que tem um oportunidade de mostrar todo o virtuosismo e controle técnico nos Petit Allegros (coisa para deixar qualquer um KO ao fim do primeiro) e um pouco nos Grands Allegro.
Mas foi uma estreia a outro nível: nunca tinha entrado no Teatro Nacional de S. Carlos (finais do Séc. XVIII, Neoclássico, réplica em escala reduzida do La Scala de Milão do arquitecto José da Costa e Silva) e nunca tinha assistido a um bailado com orquestra ao vivo. Foi mágico, um verdadeiro presente de Natal. A Orquestra Sinfónica Portuguesa, esteve muitíssimo bem (à parte duas fífias dos violinos), pela mão de Osvaldo Ferreira.
Foi das vezes que mais gostei de ver a CNB dançar clássico, estavam frescos e especialmente coordenados. A expressividade esteve à altura da exigência da técnica de Bournonville, fruto também dos ensaios específicos que tiveram com Frank Andersen.
Em suma, vim feliz.