26 de janeiro de 2014

Olga

Já comecei este post vezes sem fim e acabo sempre por achar que não encontro as palavras certas.

Apesar de me parecer conhecê-la há muito muito tempo, encontrei-a pela primeira vez num dia de verão nas margens do Mondego. O aspecto miúdo e frágil de menina não lhe denuncia a  fibra e determinação. Falámos sobre o que nos toca e aproxima, dos livros, da (fascinante) escrita dela, da maternidade no que tem de grandioso e desafiante. 
Por estes dias, e a propósito de uma conversa com outra pessoa interessante da minha vida (das que me estimulam o pensamento para além das miudezas da vida), muito tenho pensado na Verdade, o que é viver de acordo com a verdade de cada um. Ela é uma das raras pessoas que o conseguem fazer, não tenho dúvidas de que vive e defende a sua verdade. Poucas mulheres me fascinam, inspiram e  estimulam a inteligência como ela ainda que faça parte da minha vida não presencialmente.
Nesse encontro disse-me algo a que muito tenho recorrido nos dias menos bons: que o facto de adjectivar estados e situações da minha vida não passa disso mesmo, palavras que eu escolho para eles e que passam a ter a dimensão que essa palavra traduz. É esse despojamento do acessório para procurar a verdade que me encanta e não me sai do pensamento, cada vez mais e com mais força.