Olho para ti enquanto me dizes qualquer coisa sobre os cavalos da quinta ou os leões da selva, olho-te e meço-te e vejo-te crescer segundo a segundo. Ao orgulho pelo que és e no que te tornas junta-se um friozinho na barriga, um formigueiro nas mãos, uma leveza estranha nos braços por já não lhes caberes enrolado junto ao meu peito, pelas tuas asas começarem lentamente a sacudir-se, a ganhar espaço, pelas tuas palavras darem voz às tuas ideias e por lutares por elas. E às vezes lês-me o pensamento e abraças-me e dizes "gosto muito de ti" e a custo te liberto do abraço e fico a olhar-te, a medir-te, a ver-te crescer segundo a segundo e a sentir-me tremer, no coração, nas mãos, nos olhos.
14 de outubro de 2010
Dores de parto
Olho para ti enquanto me dizes qualquer coisa sobre os cavalos da quinta ou os leões da selva, olho-te e meço-te e vejo-te crescer segundo a segundo. Ao orgulho pelo que és e no que te tornas junta-se um friozinho na barriga, um formigueiro nas mãos, uma leveza estranha nos braços por já não lhes caberes enrolado junto ao meu peito, pelas tuas asas começarem lentamente a sacudir-se, a ganhar espaço, pelas tuas palavras darem voz às tuas ideias e por lutares por elas. E às vezes lês-me o pensamento e abraças-me e dizes "gosto muito de ti" e a custo te liberto do abraço e fico a olhar-te, a medir-te, a ver-te crescer segundo a segundo e a sentir-me tremer, no coração, nas mãos, nos olhos.