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A mostrar mensagens de 2012

Despedida

Despeço-me de um ano atípico, um ano que me levou às nuvens e me enterrou viva; um ano em que trabalhei muito numa metade e me vi obrigada ao repouso na outra; senti a maior solidão mas também fui abraçada de muitas formas por muitas pessoas; descobri novos super heroís; sonhei muito; chorei muito; esperei muito; houve despedidas e regressos, abraços feitos e desfeitos; inícios e desfechos; medo e coragem. Despeço-me dele da melhor forma. Ano novo, vida nova nunca me fez tanto sentido.

Crónicas de uma nova vida #6

E eis que ao 38º dia de nascimento e às vésperas de Natal os meus pequenos grandes filhos tiveram alta. "Presente de Natal para esta mamã" disse o médico, e que presente! Um presente que, se por um lado me deixou radiante de felicidade, por outro me deixou paralisada de medo. Um medo terrível, não das fraldas, não das noites sem dormir, e do trabalho que adivinhava mas medo que algo nos fizesse ter de voltar para ali, para um sítio onde fomos a um tempo só esmagados de dor e muito felizes (penso que quem passou por uma experiência assim pode compreender esta ambiguidade). Foi dificil sair por aquelas portas como nunca imaginei que seria, senti que me cortavam outro cordão umbilical... Agora estamos bem, muito trabalho, muito cansaço ( a exaustão que senti durante os primeiros meses do meu primeiro filho são peanuts comparados com isto), muiiiiito sono mas muito alegria ao olhar para estes meus pequenos heróis a crescer de dia para dia. Difícil mesmo foi não ir a correr com

Preparar o coração

"Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... "                                                                                                   Antoine de Saint-Exupéry, Le Petit Prince Ou a explicação das "borboletas no estômago".

Mudança de planos

Já ia no plano B, acho que vou precisar de um plano C. Reinvenção, reformulação, reestruturação, remodelação, reanimação são as palavras de ordem.

Sonhos a soldo

Só tenho um sonho, um único, condensado, para ser mais forte. Não é ter uma casa na praia, nem fazer compras em Nova Iorque, não é saltar de paraquedas nem conhecer nenhum actor. É um sonho simples, sem ambição ou glamour. Que a felicidade não seja finita, não se esgote em pequenos lapsos de tempo/espaço, que seja constante para poder acreditar nela sempre e mais. E a minha felicidade é tão simplória que se resume em ter a família junta, num ninho quente, para cuidá-la e mimá-la. Sonho pequeno portanto. Parece fácil, não? Não. À conta de crises, troikas e outras gangrenas muitas famílias se obrigam à separação e à distância e sonhos modestos e vulgares como o que apresentei transformam-se em demandas pelo Santo Graal. 

Novembro

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E Novembro já passou mas está-me para sempre na pele, no sangue, nas entranhas. Os meus pequenos filhos já nasceram há um mês.  

Ver as vistas

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As primeiras vistas deles sobre o mundo exterior

Crónicas de uma nova vida #5

Eu e todas as mães com os bébés prematuros internados temos "direito" a acompanhamento psicológico  lá na maternidade. Se no inicio me pareceu forçado agora não prescindo da conversa semanal que temos a sós. Na última sessão a psicóloga perguntou o que é que toda esta experiência e todo o processo que no presente vivencio poderá transformar na minha pessoa, no meu pensamento e no relacionamento com os outros. Entre outras coisas fiquei a pensar nos meus amigos. Nunca fui pessoa de grandes círculos de amizades, sempre se contaram pelos dedos de uma mão e são sempre fruto do tempo. Ora os amigos a sério não foram surpresa, não se revelaram de repente. Mas têm sido os melhores do mundo. Mesmo quando me viro para dentro e quero fechar a porta, mesmo quando as palavras não saem e o silêncio se instala não desarmam e não desistem, fazem-se presentes e constantes e mesmo sem braços me têm rodeado nos últimos meses num abraço quente e forte. São e estão e dou-lhes um valor incomensu

Portugueses (a cantar) no mundo

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E foi assim, que há muitos anos, me foi apresentada...em neerlandês. E nunca mais larguei. Cristina Branco e Blof

A santa inquisição da amamentação

Já sabia. Agora confirmei. Muitas mães só amamentam para não sofrer o julgamento da sociedade. Sim, dizer em voz alta que não se amamenta ou que não se pretende amamentar dava direito a ser enterrada na praça pública só com a cabeça de fora e apedrejada por cima caso houvesse entre nós semelhante costume. E isto independentemente dos motivos pois que se os há fúteis (porque há) também os há efetivamente válidos. Fico doente com este radicalismo/fundamentalismo/fanatismo em relação à amamentação. De que é o melhor para o bébé não tenho dúvida, não me falta a informação a respeito, que é o mais económico também sei. Com o que não posso é com a pergunta recorrente do "tens leite?", "dás mama?", com o olhar que recebo quando digo que não e, pior, com o ficarem à espera de uma justificação que não entendo que necessite de dar acerca dos meus motivos. Não suporto a pressão a que estou sujeita para retirar leite com uma bomba (os prematuros até determinada idade gestacion

Crónicas de uma nova vida #4

3 semanas já. Vivemos aqui há 3 semanas. Temos partilhado o espaço com outros bébés que vimos chegar e já vimos partir, alguns ficam só umas horas, outros um dia ou uma noite, outros uma semana, depende do seu peso e das condições em que nascem. Dos que nos fizeram companhia mais tempo já nos despedimos de 5. Fico feliz por aquelas mães, gosto de ver como têm um olhar diferente mais vivo e brilhante, fico a imaginar como será aquele primeiro dia que passarão em casa junto dos seus e longe das máquinas e das batas. Fico um bocadinho triste porque as "mães acompanhantes" (nosso estatuto oficial) têm as mesmas angústias e preocupações, compreendemo-nos, falamos sobre as mesmas coisas, apoiamo-nos, encorajamo-nos e fico a sonhar com o dia em que também eu sairei daquelas portas com os meus filhos e entro com eles em casa, fechando assim este ciclo.

Reverso

Não é a percepção normal que se tem deste lugar. É um lugar de esperanças e alegrias. Normalmente. Mas a maternidade também é, sei-o bem agora, lugar de muita dor, muita tristeza e grandes solidões. É o avesso, o reverso, deste lugar. Há a solidão ansiosa mas alegre dos homens que aguardam no corredor de acesso à sala de partos; há a solidão amargurada das mães que trazem ao mundo crianças sem uma palavra amiga, sem apoio da família ou sem a presença dos namorados/maridos/companheiros; a tristeza das ex-futuras mães que saem de esperança vazia... Conheço agora muitas destas histórias e todas me doem um pouco e é nos corredores apressados e populosos desta maternidade que sinto a maior solidão.

Crónicas de uma nova vida #3

Os melhores momentos que passo na UCIN são os do "canguru". Canguru é o nome dado à técnica de colocar o bébé prematuro só de fralda no peito nú da mãe e envolver depois os dois com a bata e assim ficar, reclinados num cadeirão, com a iluminação reduzida, durante duas horas. É mágico como durante essas duas horas o bébé fica completamente estabilizado e com os valores ideais (tensão, frequência cardíaca e respiratória, etc, pois continua monitorizado com os eletrodos) durante todo o tempo. É mágico como as duas horas passam num instante, o bébé dorme sereno e eu tenho o meu momento zen em que consigo esquecer tudo o resto e concentrar-me na respiração dele, no seu cheiro, na sua pele, e cantar-lhe baixinho. Foi mágico quando o pude fazer pela primeira vez, após 6 dias do nascimento a um e 7 a outro (é um dia cada um). Quando presente o pai também pode beneficiar desta experiência e é vê-los, maravilhados, com sorriso de orelha a orelha e em caso de gémeos pode estar a mãe co

metamorfoses

Li-o há vários anos atrás, ficou-me marcado nessa altura, altura em que a vida se compunha de outros objectivos, desenhava outros caminhos e apresentava outras personagens. "A última escala do Tramp Steamer" de Álvaro Mutis, peguei nele outra vez, foi o primeiro título que me ocorreu quando procurei algo para me acompanhar durante a hora de troca de turno em que sou obrigada a sair da UCIN. Releio-o e faço duas viagens numa só: a dos personagens que voltam a agarrar-me à sua história e a do tempo, do meu tempo, dos cheiros e músicas e espaços da época em que conheci aqueles personagens. Sei porque foi a ele que as minhas mãos procuraram: encerra um conto de nostalgia, solidão, distância e transição. Mostra como um acontecimento ou alguém pode, em pouco tempo, transformar um ser humano. Sei que o momento que estou a viver e que vem a desenrolar-se de alguns meses a esta parte me faz deixar muita coisa de mim para trás, tenho como que uma segunda pele, sei que nunca mais ser

Crónicas de uma nova vida #2

Vivo agora num outro mundo, com outros sons, cheiros, pesos e medidas. Um mundo liliputiano onde a diferença se faz grama a grama, mililitro a mililitro e onde os heróis não se medem, mesmo, aos palmos. Vivo, neste novo mundo, não só a minha como as outras histórias que partilham o espaço daquela UCIN, vibro com cada grama mais que o A ganhou, com a vitória do B que finalmente respira sem apoio ou com a C que já mama. Já não tenho nome, sou, na UCIN, nos corredores, no refeitório, na secretaria, na portaria, daquela maternidade, a mãe dos gémeos, e vivo agora numa nova dimensão onde como, durmo e tomo banho porque é preciso, e mais necessidades, premências ou urgências não tenho, só preciso de lá estar. Os meus meninos, tão pequeninos e tão grandes, tão frágeis e tão valentes, fizeram hoje duas semanas de nascimento e continuam no bom caminho. 

De que cor são os beijos?

"- E sabes? Muitas vezes os beijos são também de um lilás escuro e misterioso. São aqueles que nos consolam quando estamos tristes ou confundidos e não sabemos que fazer ou para onde ir e nos dizem: "não te preocupes, que eu vou estar sempre ao pé de ti"."                         Extracto de "Mamã de que cor são os beijos?", Carla Pott/Elisenda Queralt

Hoje

Quem me ensinou a ser mãe faz hoje 6 anos de vida.

Crónicas de uma nova vida # 1

Não consigo neste momento falar pensar ou sentir para além disto e preciso de exprimir-me de alguma forma em algum recanto. Os meus filhos mais novos começam a sua vida numa UCIN (Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais). Nos últimos tempos têm passado várias reportagens sobre a prematuridade nos noticiários mas efetivamente muito pouco ou nada se consegue mostrar do que é esta realidade. E a realidade é que é avassalador, avassalador, avassalador (é a palavra que ecoa no meu cérebro a cada instante). É avassalador em primeiro para o recém-nascido que não só passa do seu casulo aquático para um ambiente estranho antes de estar preparado como passa para um ambiente no qual não reconhece as vozes nem o toque  que lhe são familiares e onde tem de lidar com a dor física por força de entubações, agulhas, sondas, ventiladores etc. É avassalador para a família no geral e para a mãe em particular face à impotência que se sente perante a fragilidade de um filho. Dia 1 - Os meus filhos nas

novas

pronto foi mais cedo os manos v. e v. ja ca estao. resumo que escrever no telemovel nao me agrada e nao sei quando irei para casa: quarta feira internamento  na maternidade, quinta decisao medica de cesariana, sexta, dia 16 com 31 semanas  os  pinipons saltam da mae para a incubadora e la estarao durante os proximos tempos para continuarem a crescer. muita angustia, muita ansiedade mas muita fe nos meus pequenos herois. coracao de mae sofre...

O amor divide-se ou multiplica-se?

Há muito que preciso de verbalizar os sentimentos que me inquietam agora que serei mãe de novo, ou melhor, serei uma mãe partilhada.  Não sei se este é um sentimento comum ou não mas à alegria de esperar mais dois filhos junta-se um medo terrível, um duplo medo: medo de que o meu filho, único até agora, a quem durante 6 anos foi devotada toda a atenção, se sinta menos amado, que sofra, que crie ressentimentos e medo de não ser capaz de amar tanto os irmãozinhos como amo e sempre amei a ele, desde o momento em que soube que ele já existia dentro de mim. Acredito que o amor não se divida, antes se multiplique mas, não tendo referências pessoais por ser filha única, não consigo evitar esta dualidade de emoções, estes receios. São devaneios tresloucados meus? Ou, antes pelo contrário, passa pela cabeça de todas as mães?

Perguntas dificeis

Passada a fase do querer saber como são feitos os bébés, como vão para a barriga e como saem de lá, as perguntas difíceis do meu filho são agora, e pelo menos para mim, as verdadeiramente difíceis: "Mamã como é que Jesus está no meio de nós se ele morreu?" "Mamã como é que as pessoas morrem e vão para o ceú se tudo o que vai para o ar cai se não tiver para-quedas?" "Mamã o que é o espírito santo? E o que é só o espírito?" (isto é só um reduzido exemplo das suas questões teológicas e metafísicas...) E não há nada que o cale enquanto as respostas não fizerem sentido lógico na sua cabecita de 5 (quase quase 6) anos. Como se fosse fácil explicar a fé e o abstrato de forma lógica!

A espontaneidade da gravidez

À pergunta : "Foi uma gravidez espontânea?", feita na maternidade eu e Mr. H segurámo-nos para não rir e respondemos qualquer coisa como "Bem...precisámos um do outro..". Sim porque da primeira gravidez nunca ninguém nos perguntou tal coisa e de gravidezes espontâneas a história só reza uma e mal contada... A boa disposição instalada de parte a parte lá veio a contextualização: o aumento do número de gravidezes gemelares provem do maior número e melhoria das técnicas de reprodução clinicamente assistida, logo, interessa aos técnicos de saúde perceber se é o caso da nossa ou se foi obra e graça da natureza. Depois disto a questão já se repetiu por diversas vezes (em laboratórios, ecografias, outras consultas...) e já pude responder calmamente que sim, foi uma gravidez espontânea, muito espontânea.

Polar Post Crossing 2012

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Este ano e porque, desconfio, estarei fora de circulação nessa altura a tomar conta de 3 rapazes em simultâneo (4 vá contando com Mr. Husband) e /ou ainda na maternidade, não me comprometerei mas como é somente a melhor celebração natalalícia da blogosfera, promovida pela Pólo Norte do Quadripolaridades , aqui fica o destaque. Para mais informações passar por  Aqui .

Halloween vs "bolinhos e bolinhós"

Se há "festividade" (ou pseudo-festividade) à qual não consigo ver piada nenhuma é ao Halloween e tenho andado os últimos dias a desviar o assunto e a desejar que o meu filho não se lembre de pedir para vestir-se de esqueleto, fantasma ou zombie...  Quando era miúda ia com os meus primos cantar os bolinhos e bolinhós de porta em porta na rua da minha avó, um levava a abóbora com uma vela acesa dentro, outro o saquinho onde carregávamos os doces, nozes e dinheiro que nos davam e todos cantavamos. Quem dava levava com um "esta casa cheira a vinho aqui mora algum santinho" (?! pois, nunca percebi) ou "esta casa cheira a broa aqui mora gente boa", quem não dava era enxovalhado com um "esta casa cheira a alho aqui mora algum espantalho", mas por norma era uma noite lucrativa e animada porque nos cruzávamos na rua com outros grupos de crianças e os adultos ficavam em casa à espera das visitas alheias e do regersso dos seus. Se, no entanto, o meu

Felizes os ignorantes

Em stand-by para o mundo e de frente para uma janela à chuva chego a conclusões muito aborrecidas. Gostava mesmo de saber o que faz daquelas pessoas muito seguras e confiantes pessoas tão seguras e confiantes, que sabem sempre que o que fazem fazem muito bem (e algumas fazem mesmo) porque eu cá parece que sei cada vez menos o que fazer, como fazer e desconfio mesmo que cada vez mais não sei fazer nada. Quando digo isto não me refiro só a pessoas jovens, bonitas, com cargos interessantes ou talentos estrondosos, com sucesso ou visibilidade, reconhecimento ou dinheiro. Há pessoas muito seguras e confiantes, certas daquilo que sabem fazer nas mais diversas ocupações, de todas as idades e condições sociais. A minha avó toda a vida soube que ninguém sabia tratar da roupa melhor do que ela (e não). Outros têm talentos e não duvidam deles e essa certeza deve ser boa, deve ser reconfortante. Já houve tempos (há uma década mais coisa menos coisa) em que também tinha alguma confiança e algu

28 e 1/2

Vinte e oito semanas e meia de gemelar já cá cantam que é como quem diz, já me fazem rebolar. Com consulta na 5ª feira a única questão que me apetece colocar é: posso hibernar profundamente até ao dia D? Pois com muita pena minha não consigo vir aqui deixar um post todo bonito como aqueles que eu vejo (que são bonitos mesmo) com uma barra de contagem das semanas e fotos das roupinhas e dos berços e essas fofuras todas. Claro que, mesmo em modo tartaruga, também vou preparando o ninho e o duplo enxoval, mas estou  num estado muito pouco delicodoce, deve ser da azia...  Como este canto ainda vai servindo para expiar os meus humores não faz mal e se pudesse hibernar, hibernava!

Porque dormir é essencial

Ingredientes:   -1 comprimido de alprazolam (devidamente receitado pelo obstetra que não sou inconsciente); - uma garrafa de água;  -tv ligada e respectivo comando;  -lenços de papel para quando chorar de rir ou chorar de pena ou chorar de dor ou chorar por chorar (grávida que se preze é sempre um bocadinho bipolar; grávida de gemeos é bipolar ao cubo);  - 6 almofadas de diferentes formas e feitios; Manter-se na posiçao sentada, ligeiramente de lado, com 3 almofadas nas costas, outra para apoiar o braço, outra no meio dos joelhos e outra para apoiar a barriga. Tomar o comprimido com água e reservar o resto para a sede nocturna. Colocar ao alcance da mão direita o comando da tv para o zapping. Verificar o stock dos lenços de papel. Apagar a luz e esperar o tempo que for preciso. Esta é a receita que por aqui se segue todas as noites na tentativa de dormir qualquer coisa. Acaba sempre por fazer efeito embora às vezes já seja manhã...

Alguém chamado saudade

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Da(s) causa(s) ao efeito

Eu deprimo Tu deprimes Ele deprime Nós deprimimos Vós deprimais Eles deprimem Estou farta.

Estado de graça ?!

Em jeito de desabafo: na minha 1ª de gravidez e saltando pequenas contrariedades posso dizer que foram 40 semanas de verdadeiro estado de graça, desta vez, e já lá vão 27 semanas, tem sido um estado sem gracinha nenhuma, é mais um estado de nervos. Para aliviar o negativismo: esta coisa de ter de fazer repouso forçado, permitiu-me, com ajuda da Foxlife,  "limpar" D owntown Abbey     T1 e T2 e estar preparadissima para a T3 a começar amanhã.

Look do dia

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ou aquilo que o meu filho vê quando me olha... Descurou alguns pormenores mas focou-se no essencial.

Sinais decifrados

Pois afinal os sinais acerca dos quais fiz a última publicação eram premonitórios das mudanças. Há uma grande probabilidade deste pobre e inconstante blogue passar a conter (não sei com que regularidade) muito "material" de puericultura e de (in)sanidade materno infantil já que há seis meses que estou num estado interessante a dobrar. Pois é para quem esperava algumas mudanças na vida o destino não podia ter feito melhor e presenteou-me com mais dois homens na minha vida a juntar aos dois pré-existentes. Dois futuros homens que para já são ainda uns pinipons que não pesam sequer 1kg cada mas que se divertem imenso a fazer acrobacias e a deixar a mãe KO de corpo e mente.

Sinais

Sei que algo está ou precisa de mudar na minha vida quando sonho com casas. E se tenho sonhado com casas... Sempre diferentes, sempre com uma infinidade de divisões, muitas com portas secretas que levam a compartimentos que por sua vez têm outra porta e por aí adiante numa interminável sequência de descoberta e surpresa. Época de mudanças, é certo, só não sei se visíveis, invisíveis, físicas, químicas ou abstractas.

Rei morto rei posto

Morreu-nos o João, João o peixe dourado (que depois ficou castanho). Na hora do serviço fúnebre que lhe fizemos, com direito a enterro no vaso da maior planta cá de casa, o meu filho resolveu dizer umas palavras a Jesus: (com ar muito compungido) " Jesus fala com o teu pai para acabar a crise para podermos comprar outro peixe".  E pronto, eu à espera de drama com choro, baba e ranho ( como eu encarava estas situações com a mesma idade) e dei com esta visão tão pragmática da coisa!!

...

A mediocridade assusta-me, o medo da mediocridade paralisa-me.

Justificação de falta

Estou em modo hibernação.

Pensamento da manhã

Quais automóveis com bancos aquecidos quais quê, volante aquecido isso é que era uma grande invenção!!!

Viciante

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Gonçalo M. Tavares «O atractivo era este: em redor de uma rotunda ninguém volta atrás, ninguém se engana, ninguém tem de assumir o erro e fazer inversão de marcha. A vida, apesar de tudo, é fácil. Numa rotunda.»

Bom fim de semana

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Eu que não sei desenhar uma linha não imaginava que aos 5 anos se pudesse fazer isto. As mães são sempre suspeitas mas eu adorei!!!

O filho preferido

Aqui há tempos a "Visão" publicou uma matéria acerca dos filhos preferidos, assunto "tabu" para os pais de mais do que um filho. Ora a matéria deixou-me inquieta. Eu, filha única, de pais babados, nunca me sentindo a filha perfeita sempre soube ser a preferida, claro está. Como mãe de um filho único que é a luz da minha vida nunca me ocupei com estes pensamentos mas angustia-me a simples ideia de não amar tanto um segundo filho como amo o meu primogénito. A comparação vai parecer ridícula mas é a única que tenho: tive duas cadelas durante anos (que morreram de velhice) e tinham personalidades muito distintas. Se me perguntam de qual gostava mais eu não sei responder gostava de ambas por motivos diferentes mas com peso igual, não tinha uma preferida. Será que com os filhos não será assim? Será porque os pais têm o desejo de se concretizar através dos filhos e preferem o que mais proximo disso estiver? Será que preferem o que se parece mais consigo? Será que esse estu

momentos de auto-confirmação

Às vezes é uma palavra outras um determinado gesto outras uma expressão no olhar ou um sorriso ou um silêncio. Às vezes algo me faz parar nos meus pensamentos a mil à hora, no meu olhar clínico para pés, pernas, costas, braços, mãos e cabeças, nas intermináveis contagens da música, na procura da sincronização completa e na precisão e "limpeza" dos movimentos. Há momentos assim, em que me revejo e descubro, em certas alunas, em que sei exatamente de que palavra precisam, de que olhar precisam, de que tipo de estímulo precisam naquela situação e que pode ser diferente do que precisaram noutra. É assim que sei que amo o que faço e que ultrapasso os momentos de desanimo (que os tenho como todos) e quando o retorno são os olhos brilhantes e os movimentos cheios de atitude renovo a confiança de que o faço bem e que este é o meu caminho.

Não havia necessidade...

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Eu, viciada confessa de tv, que a tem ligada desde que esteja em casa só pela companhia mesmo que não olhe para ela nem saiba o que está a dar, que sou da geração dos dois canais de tv, que cresceu a seguir religiosamente a novela brasileira no final do telejornal, sinto-me indignada com o que a TDT representa para muitas pessoas neste país. Primeiro porque ainda não compreendi a necessidade da alteração, mesmo. Depois porque para muitas e muitas pessoas e por variadas razões, a televisão, (entenda-se os 4 canais) é de facto a sua única companhia durante todo o dia e é de uma tremenda injustiça que para alguns, onde o descodificador não resolve porque o sinal é muito fraco, a alternativa seja comprarem uma parabólica (quando até o dinheiro para a farmácia e a mercearia é contado) para continuarem a ver os mesmos 4 canais. Mas, pergunto eu na minha ignorância, isto era mesmo necessário? E porquê? E em benefício de quem? É que eu às vezes não percebo mesmo nada...

365

Gosto de ver aqueles projetos que levam alguém a comprometer-se com algum objetivo diário durante um ano e apesar de ter muitas ideias sei que nunca conseguirei embarcar numa coisa dessas. A verdade é que também não me faltam compromissos diários a cumprir... mas acho interessante e aprecio a determinação e auto-disciplina de quem elabora esses planos. O que tenho por garantido 365 dias/ano são a preguiça matinal (o monstro na minha vida) e a tentativa de quebrar os meus próprios recordes de chegar a casa no menor tempo possível (dentro de limites razoáveis com certeza).