Ouvir o meu filho mais velho, que sempre adorou o ballet, dizer que não quer ir mais às aulas, não porque não goste mas porque quer ser um menino como os outros do colégio (e não ser gozado) parte-me ao meio, faz-me doer as entranhas todas e escalda-me a alma. Lá lhe explico que claro que ele é um menino como todos os outros do colégio, se há meninos que se riem é porque não sabem o que é o ballet, e que simplesmente há meninos que gostam de umas actividades e outros de outras e que TODAS as actividades são para meninas e meninos, é uma questão de gosto. E ele vai, sempre, e volta todo feliz e entusiasmado. E isto deixa-me zangada e revoltada não só como mãe mas como professora de ballet, é como remar contra a maré passem os anos que passem. E deixa-me triste com a sociedade em que vivemos, pobre, paupérrima, ignorante, pouco mais do que analfabeta (os nossos filhos são o espelho da sociedade onde vivem) e apetece-me sair daqui para fora e ir educar os meus filhos para onde a cultur...
É porque a música é alimento de alma para as almas que vibram com tudo o que pequeno (grande); mas nem todas almas têm fome desse alimento, apenas um ligeiro desejo.
ResponderEliminarCapacidade estranha, essa.
ResponderEliminarNão será resultante de falta de alma?
Lourenço e Teresa - Nem sei se é falta de alma; falta de fome ou excesso de controlo... Nem exponho isto como crítica sequer só estranho mesmo porque quando ouço algo que me agrada começo logo ou a bater o pé; ou a abanar a cabeça; ou a mexer os dedos ou a balançar as pernas ou tudo em simultaneo, simplesmente não consigo ficar imóvel, por isso estranho quem não reage fisicamente.
ResponderEliminarUm abraço aos dois