Estou cada vez mais insensível a determinadas queixas alheias, mal começam, já desliguei, vejo uns lábios a mexer e aceno com a cabeça de quando em vez. Ou há quem se lamente por desporto ou embruteci de vez.
sinto o mesmo a passar-se comigo. acho que atingimos um determinado nível de consciência do que está à nossa volta, relativizando determinadas contrariedades que essas pessoas continuam a valorizar... eu deixo-as falar e consoante a situação meto a minha colherada ou não, mas respeito, porque sei que nem sempre fui assim, e tive que caminhar para aqui chegar
Já sabia. Agora confirmei. Muitas mães só amamentam para não sofrer o julgamento da sociedade. Sim, dizer em voz alta que não se amamenta ou que não se pretende amamentar dava direito a ser enterrada na praça pública só com a cabeça de fora e apedrejada por cima caso houvesse entre nós semelhante costume. E isto independentemente dos motivos pois que se os há fúteis (porque há) também os há efetivamente válidos. Fico doente com este radicalismo/fundamentalismo/fanatismo em relação à amamentação. De que é o melhor para o bébé não tenho dúvida, não me falta a informação a respeito, que é o mais económico também sei. Com o que não posso é com a pergunta recorrente do "tens leite?", "dás mama?", com o olhar que recebo quando digo que não e, pior, com o ficarem à espera de uma justificação que não entendo que necessite de dar acerca dos meus motivos. Não suporto a pressão a que estou sujeita para retirar leite com uma bomba (os prematuros até determinada idade gestacion...
90 por dia é a média de violações na Índia onde violar uma mulher é igual a beber um copo de água e as violações em grupo são tão banais como pagar uma rodada de cerveja entre amigos. Apesar de se falar nisto na comunicação social agora que ocorreu um destes crimes sobre uma médica num hospital público na Índia, estes dados não são novos. Não raras vezes o peso recaí sobre as vítimas, são expulsas e abandonadas pela família por lhes trazerem vergonha e os agressores sempre impunes, claro. A violência sobre as mulheres e nomeadamente a violência sexual é, nalgumas partes do globo, e na actualidade, uma prática comum, diria quase cultural e sem consequências para os perpetradores. Os infernos existem, de várias formas, este é só um deles. Mas "prontos", é mais fácil pensar que são coisas longínquas (apesar de em Portugal o número de violações e violações em grupo também ter aumentado dramaticamente e ninguém parecer notar ou incomodar-se) e preocuparmo-nos mas é com os p...
Ouvir o meu filho mais velho, que sempre adorou o ballet, dizer que não quer ir mais às aulas, não porque não goste mas porque quer ser um menino como os outros do colégio (e não ser gozado) parte-me ao meio, faz-me doer as entranhas todas e escalda-me a alma. Lá lhe explico que claro que ele é um menino como todos os outros do colégio, se há meninos que se riem é porque não sabem o que é o ballet, e que simplesmente há meninos que gostam de umas actividades e outros de outras e que TODAS as actividades são para meninas e meninos, é uma questão de gosto. E ele vai, sempre, e volta todo feliz e entusiasmado. E isto deixa-me zangada e revoltada não só como mãe mas como professora de ballet, é como remar contra a maré passem os anos que passem. E deixa-me triste com a sociedade em que vivemos, pobre, paupérrima, ignorante, pouco mais do que analfabeta (os nossos filhos são o espelho da sociedade onde vivem) e apetece-me sair daqui para fora e ir educar os meus filhos para onde a cultur...
sinto o mesmo a passar-se comigo. acho que atingimos um determinado nível de consciência do que está à nossa volta, relativizando determinadas contrariedades que essas pessoas continuam a valorizar... eu deixo-as falar e consoante a situação meto a minha colherada ou não, mas respeito, porque sei que nem sempre fui assim, e tive que caminhar para aqui chegar
ResponderEliminarÉ verdade, Ana, isto faz parte do percurso de cada um...
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